Os prejuízos com os congestionamentos na capital paulista têm praticamente dobrado a cada quatro anos, como mostra levantamento da Fundação Getulio Vargas. Dados preliminares apurados pelo economista Marcos Cintra, vice-presidente da FGV-SP, apontam que já passa dos R$ 50 bilhões o montante que a cidade perde, ou deixa de ganhar, por ano. Tudo por culpa dos congestionamentos.
O valor é maior que o orçamento da Prefeitura de São Paulo para 2013, de R$ 42 bilhões. Somente o governo do Estado e o federal têm orçamentos maiores que o da capital paulista. "É um aumento muito significativo desse custo no período. E não tem nada artificial que tenha colaborado, é o crescimento vegetativo dos problemas de trânsito", diz Cintra, que também é secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho.
Entra no cálculo o custo do tempo perdido nos congestionamentos, em horas de trabalho ou de lazer. Ainda são incluídos perdas com combustíveis no congestionamento, gastos com saúde por causa da poluição e até as horas perdidas pelos indivíduos. Mas desse total 75% correspondem a riquezas que deixam de ser produzidas enquanto a fila não anda. Em 2008, iam para o ralo, segundo o cálculo, R$ 33 bilhões – ante R$ 14 bilhões em 2004. É o que se convencionou chamar de Custo São Paulo.
Segundo o consultor de trânsito Luiz Célio Bottura, é possível resolver os problemas de mobilidade de São Paulo com pouco dinheiro e em prazo curto. "É só não fazer mais equívocos, não pagar obras mais caras do que são e arrumar soluções menos antiquadas." As ações propostas por ele têm por base um tripé: intervenção nos mil pontos em que o motorista demora para avançar mais de duas trocas do verde no semáforo, fazer corredores de ônibus com concessão urbanística e a inspeção veicular de segurança que tiraria os carros velhos da rua e substituiria por créditos de compra. "Não precisa dinheiro público, dá para consertar o congestionamento dando lucro para a iniciativa privada.
Fonte: O Estado de S.Paulo
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