Representantes das vencedoras na categoria – Cavalinho, Salvan – Transal e a Transduarte – falam sobre a importância da premiação, dos investimentos e das dificuldades dentro do segmento. Afinal, transportar produtos perigosos não é fácil.
Transportar produtos perigosos no Brasil não é uma das tarefas mais fáceis. As empresas de transporte que atendem as indústrias desse segmento têm de investir em treinamentos específicos para os motoristas, obter as licenças ambientais, estaduais e federais e, ainda, lidar com toda a gama de dificuldades que qualquer tipo de transporte exige.
Dentro desse cenário, é de grande valia ter o reconhecimento dos clientes como uma das melhores transportadoras a atender ao mercado, como é o caso das vencedoras do Prêmio Top do Transporte 2012 na categoria indústria químico/petroquímica.
Através da média dos votos de 51 embarcadores do segmento, a Transportes Cavalinho (Fone: 19 3874.3579), a Transportadora Salvan – Transal (Fone: 48 3411.1000) e a Transduarte (Fone: 11 3643.0404) consagraram-se vencedoras dentro do segmento.
“Uma premiação como essa é de grande importância. Ela nós tranquiliza, porque mostra que estamos fazendo um bom serviço. Acredito que recebemos o Prêmio por conta do nosso trabalho e do nosso atendimento, dentro dos quais o cliente tem se sentido satisfeito”, comemora Ivan de Quadros, gerente operacional da Transportes Cavalinho, que ficou em 1° lugar com média final de 4,31 pontos.
“O Top do Transporte é uma premiação fundamental para o nosso setor, porque ninguém melhor que o mercado para falar quais são as transportadoras mais bem avaliadas de cada segmento. Essa é a legitimidade do Prêmio, quem escolhe são os embarcadores”, também comenta Carlos Panham Neto, gerente da unidade São Paulo da Transduarte – 3° lugar na categoria, com média de 4,22 pontos.
Com um volume mensal de cinco mil cargas, a Cavalinho, que durante 10 anos focou seu trabalho na entrega de refrigerantes, hoje dedica 95% do serviço à indústria química. Para manter o bom nível de serviço, a empresa investe constantemente no treinamento de seus funcionários.
“Temos um centro de treinamento em nossa sede, no Rio Grande do Sul. Lá os motoristas ficam confinados durante cinco dias tendo diversos tipos de aulas e orientações, como de orçamento econômico, carregamento dos produtos e até a maneira correta de se alimentar. E a cada dois anos eles refazem esse treinamento”, explica Quadros.
Com sua 4° indicação ao Prêmio, a Salvan – Transal, com 4,22 pontos, ficou em 2°lugar no setor, mesma posição que alcançou em 2011. “Acredito que o reconhecimento que tivemos através do Prêmio é fruto do nosso trabalho junto aos clientes nesses últimos 20 anos. Investimos constantemente na qualidade do serviço de transporte, na reparação da frota, no atendimento e na negociação. Tudo para atender melhor”, explica Lucas Salvan, diretor financeiro da empresa.
Voltada para cargas fracionadas, a Salvan-Transal possui 250 veículos próprios e tem 90% de suas mercadorias da filial de São Paulo ligadas à indústria químico/petroquímica. Segundo Lucas, anualmente a empresa investe cerca de R$ 650 mil apenas com licenças e seguros.
“Trabalhamos com todas as licenças que o mercado exige, com o intuito de conseguirmos sempre transportar com segurança e qualidade. Além disso, temos um calendário de treinamento para todas as equipes, inclusive a dos motoristas. O treinamento ocorre de quatro em quatro meses”, explica ele.
Dentro da Transduarte, a indústria química também é foco, ocupando 60% das três mil toneladas de entregas feitas mensalmente. Para Panham Neto, a empresa conquistou o Prêmio devido à agilidade na informação e ao bom atendimento oferecido, o que gera confiabilidade junto aos clientes.
“Prestamos há 16 anos um bom serviço, e nosso cliente tem confiança de que a mercadoria vai chegar ao destino. No caso de acidente, sempre fazemos com que qualquer reembolso seja realizado o mais rápido possível”, afirma o executivo.
INVESTIMENTOS
Para conseguirem atender todas as exigências que a indústria impõe e se manterem entre as melhores do segmento, as vencedoras do Prêmio Top do Transporte neste segmento têm investido constantemente na renovação de suas frotas e equipamentos e já planejam novidades para 2013.
Com a inauguração recente de três novas filiais em Santa Catarina, nas cidades de Blumenau, Criciúma e São João Batista, a Transduarte já tem planos de expandir sua atuação para o Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, e, também, pelo Noroeste do Estado.
“A expansão da empresa começará logo no início de 2013. Os investimentos desse ano foram ligados à renovação da frota. Compramos 50 caminhões, utilizados tanto na substituição de veículos antigos, como na ampliação. Também trabalhamos constantemente no treinamento dos motoristas dentro da matriz. Empresas como a Suatrans são parceiras nesses treinamentos”, diz Panham Neto, que também fala sobre as expectativas de crescimento da empresa. “Este ano tivemos até um crescimento, apesar das dificuldades por conta da retração do mercado. Nossas perspectivas são de 15% a 17% e, para 2013, queremos seguir na mesma linha de crescimento”, afirma ele.
Com um faturamento de R$ 130 milhões em 2011, as expectativas dentro da Transportes Cavalinho é que a empresa cresça entre 8% e 10% em 2012, se comparado com o ano anterior.
“No primeiro semestre deste ano a demanda foi baixa, fazendo com que o mercado praticasse preços menores, o que não atendeu as nossas expectativas. Mas, com nossos investimentos em equipamentos, compra de 100 veículos e, também, com a melhora do atendimento, temos expectativas de crescer. E queremos continuar ganhando o Top do Transporte nos próximos anos”, diz Quadros.
Na Salvan – Transal, as expectativas também são de crescimento. A empresa tem perspectivas de crescer 10% este ano e mais 10% em 2013. “Como trabalhamos por semestre, posso dizer que o 2° foi melhor. De janeiro a julho não tivemos uma crise no mercado, ele apenas se manteve estável, e em agosto houve uma reação. Mas esse ano não foi ruim, tivemos um crescimento positivo”, diz Lucas.
DIFICULDADES DO MERCADO
Mesmo comemorando os resultados, as transportadoras que atendem a indústria química e petroquímica sabem que o transporte para esse setor tem problemas.
Entre os destacados pelos executivos das três empresas estão as dificuldades com as diversas licenças exigidas, a nova Lei dos Motoristas e a infraestrutura das estradas brasileiras.
“Para se transportar produtos perigosos no Brasil são exigidas inúmeras licenças para cada Estado. Falta uma legislação mais integrada, porque estamos dentro do território nacional, assim seria mais fácil se houvesse uma unificação das licenças. Na Argentina, por exemplo, não existe tanta burocracia de um estado para o outro”, comenta Quadros, da Transportes Cavalinho.
Para Lucas, da Salvan – Transal, além das licenças, a restrição de veículos e a nova Lei dos Motoristas também dificultam o transporte desses produtos. “Os clientes, hoje, exigem uma qualidade, uma certificação das transportadoras que trabalham com produtos perigosos e, na verdade, as licenças estão mais ligadas a essa exigência do que à fiscalização, que pouco é feita. Outro ponto é a restrição de trafego em cidades como São Paulo e a nova Lei dos Motoristas que, devido às restrições na jornada de trabalho, nos obriga a ter dois motoristas em cada veículo, o que nem para eles é bom, já que antes podiam ter um dia de folga a cada viagem e agora não, porque mesmo que não estejam dirigindo, têm de acompanhar o outro na estrada. Essas mudanças fizeram o nosso custo aumentar quase 30%”, explica ele.
Dentro da Transduarte, as exigências da nova Lei dos Motoristas também fizeram com que a empresa colocasse dois motoristas em cada veículo, aumentando os custos do frete, o que não tem sido bem aceito pelo mercado.
“As tentativas de repassar esses custos para o mercado não tem sido aceitas, isso porque algumas empresas ainda não se adequaram às exigências da lei. Por conta dessa diferença de valores, a concorrência direta com elas gera desvantagens. Também sofremos com as estradas brasileiras. Como nossa matriz fica no Rio Grande do Sul, sempre temos que fazer o trajeto até a filial de São Paulo, e o número de acidentes na Rodovia Régis Bittencourt causa diversos atrasos”, diz Panham Neto. “Acredito que faltam estímulos do governo para que as empresas de transporte possam investir em novos veículos, traçar mais rotas de entrega e, assim, contratar mais funcionários. Caso as transportadoras tivessem entrado na desoneração da folha de pagamento anunciada pelo governo, já teria sido uma grande ajuda para o setor. Transportamos o PIB do país, se o governo não se preocupar com nós, é difícil haver grandes mudanças”, conclui ele.
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