O transporte de carne congelada de frango para exportação pela Brado registrou dois recordes nos primeiros três meses deste ano e crescimento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. Março teve a maior movimentação, com 3.068 contêineres, cerca de 82,8 mil toneladas. Janeiro foi o segundo melhor resultado da Companhia.
Os números acompanham o crescimento desse mercado, que vem batendo recordes sucessivos. O Brasil registrou aumento de 15,1% nas exportações no primeiro trimestre, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA. Conforme dados do Departamento de Economia Rural – Deral, o Paraná, maior produtor e exportador do País, foi responsável por 42,1% desse volume.
“Nosso posicionamento nesse mercado é estratégico, com os terminais de Cascavel e Cambé muito bem localizados nas principais regiões produtoras e exportadoras da proteína, Oeste e Norte do Paraná, além de atendermos o Sul do Mato Grosso do Sul”, afirma Graciele Santos, gerente de Contas da empresa. “Somos responsáveis pelo transporte de grande parte de todo o frango exportado pelo Paraná”, completa. Conforme Graciele, outro fator que alavancou os resultados foi a entrada de novos clientes.
Operação
A história da Brado e sua atuação no Paraná estão intimamente ligadas ao frango. Foi um dos primeiros produtos transportados e em 2022 representou 60% do movimento no corredor Paraná e 28% de todas as cargas da Companhia.
A operação começa no Porto de Paranaguá, de onde o contêiner reefer (refrigerado) de 40 pés sai vazio em direção aos terminais multimodais de Cambé ou Cascavel (terminal parceiro). Em Cambé, o contêiner passa por um processo de preparação, com testes do maquinário e de temperatura, eventuais reparos em avarias estruturais e higienização. Essa avaliação é feita por empresas reparadoras nomeadas pelos armadores, que são os proprietários dos contêineres.
Assim que o equipamento está apto, é transportado de caminhão para o abatedouro, onde é realizada a estufagem (carregamento do contêiner), com 27 toneladas de cortes variados de frango congelado e embalado e tem a documentação emitida. O contêiner volta ao terminal, é ligado na energia elétrica e, enquanto está no pátio, passa por frequentes monitoramentos de temperatura. Cada cliente tem suas especificações, mas em média a temperatura de saída da fábrica dos contêineres é de -18ºC.
Os contêineres são carregados em trens de 41 vagões, que percorrem 633 km em cerca de 3 dias e meio pela ferrovia que chega até o Porto de Paranaguá. “A produtividade ferroviária melhorou muito nos últimos anos. Há cerca de 5 anos, o transit time de Cambé a Paranaguá era de 5 a 6 dias. Essa redução gera bastante benefício na solução Brado, por se tratar de uma carga perecível, de valor agregado, cuja produtividade vem aumentando”, diz Graciele.
A cada dia desligados, a temperatura dos contêineres aumenta cerca de 1ºC. No porto eles recebem nova carga de energia e no navio permanecem ligados durante toda a viagem para diversos países, principalmente China, África do Sul, Japão, Emirados Árabes Unidos, Filipinas e México.