Os serviços de transporte rodoviário no Brasil sofrem do excesso de oferta, que reduz a receita por tonelada transportada. A concorrência predatória do segmento levou ao fechamento recente de empresas tradicionais e de grande porte. Além disso, vivenciamos um desbalanceamento entre os fluxos em vários trechos, o que reduz a quilometragem remunerada. Com isso, ninguém ganha. Nem caminhoneiros, nem transportadores, nem a logística de operações de transporte no País.
Em recentes matérias publicadas neste PortoGente, notamos uma assimetria de informações quanto aos verdadeiros custos de transporte, ou seja, considerando todos os itens de custo, fixos e variáveis, que tem sido a principal causa da redução e do aviltamento dos fretes. O lamentável resultado é uma idade média da frota estimada, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 14 anos, acima do recomendável, que seria de aproximadamente sete anos.
O baixo valor do frete médio rodoviário também tem sido um dos maiores impedimentos ao pleno desenvolvimento dos modais ferroviário e de cabotagem no Brasil. Isso porque o predomínio do transporte rodoviário na matriz de transportes brasileira deverá continuar, e não consta como obstáculo para as exportações de manufaturados, tendo em vista que a distância média até os portos – entre 250 km até 600 km – é compatível com a preferência pelo transporte rodoviário.
Enquanto isso, o desenvolvimento do modal hidroviário agoniza, sem os necessários apoios do governo federal. Em janeiro desse ano, durante entrevista à reportagem deste site, o presidente da Agência de Desenvolvimento Tietê Paraná (ADTP), Carlos Schad, ressaltou que a utilização em massa desse tipo de transporte depende de um planejamento logístico adequado. Os proprietários de carga só começarão a utilizar a navegação fluvial rotineiramente, segundo ele, quando o modal estiver consolidado. “Os atores privados vão se interessando pela opção quando a enxergarem como oportunidade de negócio. Em 2008, a expansão das hidrovias tem que estar definida”. Restam apenas alguns meses para isso. E muitas dúvidas se o tal projeto de expansão estará pronto mesmo em 2009, 2010…
Fonte: PortoGente – www.portogente.com.br
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