Atualmente, a tendência dentro das indústrias é buscar um futuro mais verde e, nesse sentido, governos e empresas correm contra o relógio para cumprir os objetivos do Acordo de Paris em termos de redução das emissões de carbono para que se possa garantir que a média global seja limitado a 1,5°C e que as emissões líquidas de carbono sejam zero até 2050.
O integrador logístico A.P. Moller – Maersk apresenta uma perspectiva interessante sobre a relação entre a transição para a energia verde, o aumento do preço dos minerais necessários para essa transição, o papel da indústria de mineração de alto carbono nessa transformação e a transição tecnológica e digital como elemento essencial na evolução da indústria.
À medida que a economia verde se torna um tema cada vez mais relevante, é importante questionar se o setor tem o que é preciso para uma transição mais verde, de onde vem todos os minerais que vão sustentar essa revolução e se há capacidade para suprir a demanda necessária para produzir turbinas eólicas, baterias para carros elétricos e híbridos e painéis solares.
Alguns países latino-americanos estão bem posicionados nesta nova era. De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o Chile não só possui as maiores reservas de cobre do mundo, mas também lítio, um mineral essencial usado em baterias. O México é o sexto em reservas de zinco e oitavo em cobre.
De acordo com um artigo da McKinsey intitulado “Creating the Zero Carbon Mine”, as emissões de mineração da cadeia de suprimentos e transporte são responsáveis por entre 15% e 30% das emissões totais do setor. O aumento da demanda por minerais relacionados à transição para energia limpa está pressionando ainda mais o setor de mineração para reduzir as emissões líquidas de CO₂. Assim, as empresas que não adotarem iniciativas nas áreas de meio ambiente, sociedade e governança também poderão ter mais dificuldades em encontrar crédito ou terão que pagar um custo maior por isso.
O papel da Tecnologia
A digitalização da cadeia de suprimentos nada mais é do que passar de um processo analógico para um digital, estabelecendo dados mestres que orientam as informações em toda a cadeia de suprimentos. Isso ajuda a ter redes interconectadas para melhorar as ligações entre os vários nós da cadeia de suprimentos, usando análises avançadas e configurando o melhor mix de fornecedores, centros de distribuição e serviços de transporte ao melhor custo.
Os players de logística estão usando a digitalização como uma oportunidade para melhorar seus processos, transparência e trabalho em equipe, e avançar com mais eficiência em direção a uma cadeia de suprimentos mais verde e muito mais ágil. Nos últimos dois anos, com a pandemia e inúmeras interrupções na cadeia de suprimentos, a visibilidade tem sido uma coisa crucial que os profissionais de logística precisam para gerenciar seus negócios e conseguir se adaptar em tempo hábil, além de monitorar em tempo real seus embarques.
Ter mais visibilidade significa entender a mudança na cadeia de suprimentos. De onde vêm os produtos e peças e os principais fatores que afetam e influenciam o preço ou o estoque disponível ou determinados produtos, por exemplo.
A tecnologia também permite, por exemplo, que clientes do setor acompanhem em tempo real, por meio de plataformas como a Captain Peter, o status de suas cargas perecíveis, como qualquer tipo de alimento ou farmacêutico, o que ajuda a combater perdas e desperdícios de alimentos em todo o abastecimento. corrente. Outro exemplo é o recente anúncio da construção, pela Maersk, do primeiro armazém logístico zero carbono na Dinamarca, realizado em parceria com a empresa dinamarquesa Taulov Dry Port.
A visibilidade deve ser habilitada para toda a cadeia de suprimentos. A McKinsey & Co. diz que 93% dos departamentos de compras estão analisando suas cadeias de suprimentos e procurando novas maneiras de aumentar a resiliência de toda a rede. A cadeia de suprimentos deve ser visível para que a rede de suprimentos mantenha um controle claro e reaja a mudanças e interrupções.