Ainda engatinhando, estas novas opções de entrega de mercadorias dependem da regulamentação do espaço aéreo, no caso dos drones, e integração com a infraestrutura existente, entre outros fatores. Mas já são consideradas viáveis em um futuro bem próximo.
Ouso de drones e veículos autônomos na entrega de mercadorias está revolucionando a logística e o transporte de cargas. Essas tecnologias oferecem uma série de benefícios, incluindo maior eficiência, redução de custos operacionais, velocidade de entrega aprimorada e uma abordagem mais sustentável para o transporte de mercadorias.
Os drones, por exemplo, são aeronaves não tripuladas controladas remotamente que podem transportar pequenas cargas por via aérea. Eles são especialmente úteis para entregas rápidas em áreas urbanas densamente povoadas ou locais de difícil acesso.
Os veículos autônomos, por outro lado, são veículos terrestres equipados com tecnologia de automação que lhes permite operar sem intervenção humana. Eles podem ser usados para entregas de médio a grande porte em estradas e áreas urbanas.
Uma das principais vantagens do uso de drones e veículos autônomos na entrega de mercadorias é a rapidez. Essas tecnologias podem realizar entregas em um tempo significativamente menor do que os métodos tradicionais, o que é crucial em um mundo onde a expectativa de entrega é cada vez mais rápida. Além disso, os drones e veículos autônomos podem operar 24 horas por dia, sete dias por semana, sem descanso, o que aumenta ainda mais a eficiência das operações de entrega.
Outro benefício importante é a redução de custos operacionais. Os drones e veículos autônomos eliminam a necessidade de motoristas e veículos de transporte tradicionais, o que pode resultar em economias significativas para as empresas de logística. Além disso, essas tecnologias podem reduzir o consumo de combustível e as emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para uma abordagem mais sustentável para o transporte de mercadorias.
“As principais vantagens oferecidas pela utilização de drones e veículos autônomos na entrega de mercadorias incluem eficiência e velocidade, redução de custos, acessibilidade e menor emissão de carbono. Os drones e veículos autônomos podem realizar entregas de forma mais rápida do que os métodos tradicionais, reduzindo os prazos de entrega. Além disso, automatizar as entregas pode diminuir os custos operacionais, como os relacionados à mão de obra e combustível. Essas tecnologias também podem alcançar áreas remotas ou de difícil acesso, aumentando a acessibilidade a mercados e comunidades. Em muitos casos, a utilização de drones e veículos autônomos pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa em comparação com os métodos de entrega tradicionais”, resume Emerson Granemann, CEO da MundoGEO.
Desafios
No entanto, existem desafios a serem superados para a adoção em larga escala dessas tecnologias. Questões regulatórias, preocupações com segurança e privacidade e a necessidade de infraestrutura adequada são alguns dos obstáculos que precisam ser enfrentados.
“Os desafios normativos incluem a regulamentação do espaço aéreo para drones, segurança das operações, privacidade de dados, responsabilidade em caso de acidentes e integração dessas tecnologias na infraestrutura existente de transporte e logística”, diz Alvaro Loyola, Country Manager da Drivin Brasil.
E Bruno Luís Soares de Lima, coordenador dos cursos de Defesa Cibernética da Faculdade Impacta, de engenharia da computação e de Rede de Computadores, vai mais além. Para ele, hoje para sobrevoar com drone é necessária a autorização da Anatel, porém com volume de trajetos e maior número de drones será necessário um processo mais ágil e inteligente para liberação dos voos. Embora exista a regulação com a escala de voos, novos procedimentos devem ser elaborados. “Os desafios estão ligados principalmente aos temas regulatórios relacionados a restrições de espaço aéreo, tratativas de responsabilidade legal em termos de acidentes e até mesmo às normas de segurança no uso da tecnologia”, acentua Adriano Luciano Candido, diretor de Soluções e Inovação da Softtek Brasil.
O CEO da MundoGEO também destaca que o principal desafio é a regulamentação relacionada ao voo de drones sobre áreas urbanas, especialmente acima de pessoas não consentidas, aqui no Brasil.
“Atualmente, as entregas em curso são realizadas sobre regiões de densa vegetação, áreas desabitadas ou corpos d’água, como rios e o mar. No entanto, assim como já ocorre em outros países, os drones estão evoluindo em termos de segurança, com sistemas de redundância, paraquedas de acionamento automático e sinalização, visando minimizar os riscos operacionais”, explica Granemann.
Garantia de segurança
Como a segurança das operações de entrega é garantida com o uso de drones e veículos autônomos é um tema complexo e exige um centro de operação avançado especializado, que contemple dentro dos padrões de operações alguns requisitos cruciais, tais quais uma central de controle que tome ações e atue com monitoramento constante; apoio de sensores; câmeras dos próprios drones retroalimentando à central; algoritmos combinados com os sistemas de roteirização e durante o processo de entrega, para minimizar imprevistos e correções de rotas; e treinamento avançado para a equipe de monitoramento e gestão, diz, agora, Candido, da Softtek Brasil.
Já na ótica de Loyola, da Drivin Brasil, a segurança é garantida por meio do desenvolvimento de tecnologias avançadas de detecção e evasão de obstáculos, sistemas de controle remoto, protocolos de segurança de dados e cumprimento das regulamentações e padrões de segurança estabelecidos pelas autoridades competentes. “A aplicação de novas tecnologias de identificação do cliente receptor e travas para entrega estão em desenvolvimento, como, por exemplo, reconhecimento facial”, acrescenta Lima, da Faculdade Impacta.
E Granemann, da MundoGEO, faz questão de destacar que a segurança sempre foi e sempre será algo imprescindível, “por isso seguimos as regulamentações dos órgãos reguladores, definimos rotas que não passem por áreas habitadas, dentre outras. Contudo, é importante destacar que a tecnologia está avançando, o que traz ainda mais segurança para as operações e viabilizará no futuro aplicações em grandes centros urbanos, por exemplo.”
Repercussões ambientais
Como já mencionado, a adoção de drones e veículos autônomos é capaz de reduzir as emissões de carbono ao minimizar o uso de veículos de combustão interna e otimizar as rotas de entrega, resultando em uma menor pegada de carbono e uma melhoria na sustentabilidade ambiental das operações de entrega.
No entanto, continua Loyola, da Drivin Brasil, com o método tradicional de entrega, é possível reduzir as emissões de CO2. Por exemplo, um Sistema de Gestão de Transporte ajuda a planejar rotas mais eficientes para minimizar a distância percorrida e reduzir o tempo de condução. Isso significa menos consumo de combustível e, portanto, menos emissões de CO2.
Já que o assunto aqui envolve as repercussões ambientais da adoção de drones e veículos autônomos na entrega de mercadorias em comparação com os métodos de entrega tradicionais, Candido, da Softtek Brasil, também faz sua análise destacando que um dos principais benefícios é a redução de emissão de carbono, comparado com os veículos tradicionais. A otimização das rotas de entrega reduz o consumo de energia/combustível, a eficiência dos equipamentos é muito maior e até a redução nos custos de embalagens pode ser considerada em alguns casos. “Sem a queima de combustíveis, o drone pode ser encarado como uma forma de transporte limpo. Na não emissão de gases ou resíduos é imbatível em relação a outros transportes”, diz Lima, da Faculdade Impacta.
Setores industriais
O crescimento do uso de drones para transporte de cargas é exponencial. Há um potencial significativo para o transporte de cargas pesadas ou essenciais em diversas áreas, como plataformas de petróleo, grandes plantas industriais, mineração a céu aberto e portos.
“Na área rural, os drones podem ser empregados no transporte de insumos médicos ou veterinários. Nas áreas urbanas, sua aplicação é especialmente relevante no transporte de cargas mais leves, como alimentos e bebidas”, aponta Granemann, da MundoGEO, falando sobre os setores da indústria estão mais propensos a adotar essa tecnologia. Ou, como diz Lima, da Faculdade Impacta, todas as formas de transporte e entrega de mercadorias podem ser beneficiados pelo transporte com drones.
Também para Candido, da Softtek Brasil, a maioria dos setores pode adotar essa tecnologia, com benefícios a todos, pois os desafios logísticos no Brasil são amplos nos segmentos. “Porém, podemos citar alguns exemplos e benefícios adicionais aos já citados: Ecommerce e Varejo: Redução do tempo/custo de entrega e melhora de experiência dos clientes; Alimentos e Restaurantes: Possibilidade de entrega de alimentos frescos ou preparados; Agricultura: Além do monitoramento, possibilidade de entrega de insumos, sementes e fertilizantes em ambientes sem necessidade de usar veículos pesados e complexos; Serviços de resgate e saúde: Entregas de suprimentos, equipamentos de resgates e de primeiros socorros com maior agilidade.”
Preparação
Para finalizar, vale a questão: Como as empresas estão se preparando para integrar drones e veículos autônomos em suas cadeias de suprimentos e operações de entrega? Na visão de Loyola, da Drivin Brasil, elas estão investindo em pesquisa e desenvolvimento, colaborando com fabricantes de tecnologia, participando de testes piloto, treinando funcionários no uso dessas tecnologias e adaptando seus processos operacionais e logísticos para integrar de forma eficaz drones e veículos autônomos em suas operações. “Existem muitos desenvolvimentos em curso no mundo todo. Por exemplo, a AWS já possui sistemas de entregas funcionando. A tendência é avançarmos para sistemas comerciais”, sinaliza Lima, da Faculdade Impacta.
Mais amplo em sua resposta, o CEO da MundoGEO diz que, nesse caso, os centros logísticos desempenharão um papel fundamental, pois eles concentrarão todas essas operações. As grandes cargas e produtos maiores chegarão por veículos autônomos, que necessitam de uma infraestrutura especial, como área de aterrisagem.
Com as cargas entregues, entrarão em operação os drones, que conseguem fazer entregas mais ágeis e direcionadas, que não dependem de grandes infraestruturas. Por exemplo, do centro logístico para uma loja em um shopping.
É importante destacar que os drones representam mais uma opção de modal logístico. Eles têm a capacidade de substituir totalmente outro modal tradicional em alguns casos, mas também podem ser utilizados para atender a uma parte específica do trajeto da integração. “Portanto, é crucial contar com um planejamento logístico inteligente que leve em consideração a economia de recursos e tempo, além da segurança das operações. Ao integrar os drones à cadeia de suprimentos, é possível otimizar os processos e aumentar a eficiência geral do sistema logístico”, diz Granemann.
Para Candido, da Softtek Brasil, o primeiro passo para integrar na cadeia de suprimento é habilitar a infraestrutura adequada para suportar estas operações, como canais de comunicação/conectividade, sistemas de controle de tráfego e roteamento dos dispositivos, entre outros.
Outro ponto importante é a integração com os sistemas de gerenciamento de armazém (WMS), de transporte (TMS), entre outras plataformas, pois sincronizar os dados e adaptar os processos é um desafio muito grande, principalmente quando falamos de operações tradicionais.
“Algumas organizações coordenam estas integrações e disponibilizam estas infraestruturas realizando parcerias e alianças com outras organizações de tecnologia. Isto ajuda a acelerar o uso e reduzir o custo de adoção. Muitas startups e consultorias já atuam apoiando as organizações nessa estratégia”, completa o diretor de Soluções e Inovação da Softtek Brasil.
Exemplos de Drones
1) Drones Multirrotores, que permitem entregas rápidas em áreas urbanas, com a vantagem de poderem transportar pesos maiores e terem maior mobilidade de pouso vertical;
2) Asas Fixas, que têm maior alcance e realizam deslocamento em distâncias maiores e áreas amplas, com muito mais eficiência energética.
Exemplos de Veículos Autônomos
1) Robôs com mobilidade flexível para calçadas e ruas, para entregas de curta distância;
2) Carros ou Vans com direção autônoma, que possibilitam a entrega em rotas pré-definidas, distâncias maiores e cargas de maior porte.
Há projetos de outros tipos de veículos, como o VTOL, que são dispositivos com capacidades de miniaeronaves para transporte de cargas maiores pelo ar, que ainda estão um pouco atrás em termos de regulação e viabilidade financeira de curto prazo.
Fonte: Softtek Brasil
Participantes
Drivin – É uma scale-up e partner tecnológico que otimiza os processos logísticos de frotas líder no mercado. Considerado o melhor partner tecnológico, a plataforma está mudando a forma como a logística de despacho é planejada e executada em grandes empresas ao redor do mundo por meio do seu Sistema de Gestão de Transporte (TMS SaaS), desenvolvido com o intuito de atender às principais necessidades logísticas. A empresa otimiza e monitora mais de 40 mil veículos diários.
Impacta Tecnologia – Referência no ensino de Tecnologia em Graduação, Pós, EAD, MBA, cursos livres e treinamentos empresariais. Lidera iniciativas em Inteligência Artificial, Ciência de Dados, Robótica, Engenharia da Computação, Big Data, UX e Transformação Digital. Criou a incubadora Impacta Open Startup, exclusiva para seus estudantes. É campeã na formação de times para Hackathons, eventos de inovação patrocinados por gigantes: NASA, IBM, Deloitte, Shell, Santander, Itaú, Globo e Fiesp.
MundoGEO – Tem o propósito de disseminar conhecimento para mais de 200 mil profissionais, estimular a inovação e fomentar novos negócios nos setores espacial, drones, geotecnologias, robótica móvel autônoma e eVTOLs, publicando conteúdos no portal MundoGEO, nas redes sociais e realizando eventos (online e presenciais), como DroneShow Robotics, MundoGEO Connect, SpaceBR Show e Expo eVTOL.
Softtek Brasil – Iniciou no México fornecendo serviços locais de TI e hoje é um dos líderes globais em soluções digitais de próxima geração. A primeira empresa a apresentar o modelo Nearshore™, a Softtek ajuda as empresas Global 2000 a desenvolver recursos digitais de maneira contínua, consistente e alinhadas com os princípios de sustentabilidade e ESG, desde a concepção e construção até a execução e evolução.
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Nos dias 21 e 22 de maio próximo acontece no Transamérica Expo – em São Paulo – o evento “Frotas Conectadas”, que trará para debate todas as novas ferramentas tecnológicas que estão à disposição de operadores logísticos e de transportadores. Não perca!!
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