Um dos maiores desafios da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias é a continuidade da obra da Ferrovia Transnordestina. Contudo, segundo o diretor presidente da estatal, André Kuhn, os trabalhos para a retomada desse projeto estão sendo bem desenvolvidos e a solução está próxima de ser finalizada e, com isso, poderá ocorrer o retorno do ritmo adequado das obras em um curto espaço de tempo.
“Isso vai depender das negociações referente à proposta da nova modelagem. Depois das tratativas, será feito um novo cronograma de execução das obras”, afirmou o executivo durante a Paving Virtual, evento online da área de infraestrutura viária e rodoviária, promovido pela STO Feiras e Eventos no período de 04 a 06 de maio último.
Para ele, depois de finalizada, a Transnordestina, que é bastante utilizada na área de mineração, poderá ser uma alternativa para o escoamento da safra e de produtos agrícolas, assim como as demais ferrovias que estão com obras em andamento ou com previsão para início da construção.
No caso da FIOL – Ferrovia de Integração Oeste-Leste, Kunh ressaltou que a ferrovia tem o potencial de diminuir entre 80% a 86% da emissão de gases de efeito estufa por ano. “Temos que trabalhar na mitigação desses impactos e quando falamos em ferrovia há benefícios ao meio ambiente”, pontuou. Em termos econômicos, esse modal gera riquezas para o país, com emprego e renda.
Especificamente sobre o Lote 2 da FIOL, Kuhn mostrou que a concessão pode gerar R$ 9,2 bilhões em receita fiscal, impactar em 0,15% o PIB de transporte nacional, reduzir em média 73% no frete médio na tonelada quilômetro útil e impactar cerca de 19 mil pessoas em termos de empregos diretos, indiretos e efeito renda.
Durante sua apresentação, o diretor presidente da Valec interagiu com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate, que falou sobre a importância do mecanismo de investimento cruzado, que possibilita aplicar recursos em diversos empreendimentos.
Um exemplo é a Vale, que renovou a concessão da Ferro Carajás e da Vitória-Minas e, ao mesmo tempo, irá aplicar de R$ 2,73 bilhões para a construção do trecho da FICO – Ferrovia de Integração Centro-Oeste, entre Mara Rosa, GO, até Água Boa, MT.
Ao final de sua participação, ele comentou sobre a possibilidade de unir três grandes lotes (FIOL 2, FIOL 3 e FICO) em uma concessão para dar ainda mais atratividade aos empreendimentos.