Os dois veículos elétricos, modelo iEV1200T Plus, da JAC Motors, tem PBT de 8,5 toneladas, capacidade para 48 cilindros e autonomia de 200 km
A Messer Brasil, maior empresa de capital fechado de gases industriais, medicinais e especiais do mundo, iniciou um projeto com caminhões 100% elétricos para transporte de cilindros na unidade de São Paulo. A Logweb foi convidada para conhecer a filial, localizada em São Bernardo do Campo, e ver os veículos in loco.
A empresa tem como parceira a Duefratelli Transportes, que opera 14 caminhões, sendo dois elétricos, modelo iEV1200T Plus, da montadora JAC Motors, com PBT de 8,5 toneladas, capacidade para 48 cilindros e autonomia de 200 km. O carregamento completo se dá em até 12 horas, tempo que pode ser reduzido com o uso de um carregador mais rápido, já em estudo. A ideia é testar o projeto até o fim de 2023, para expansão em 2024.
A iniciativa tem alguns objetivos, como diminuir a pegada de carbono, afinal, a substituição de um caminhão a diesel pelo elétrico reduz aproximadamente 1,8 tonelada de emissão de CO2. Além disso, contribuem para a maior rapidez e eficiência no atendimento aos clientes, uma vez que os veículos elétricos não se enquadram nas regras do rodízio da cidade de São Paulo.
Juliano Campaner, gerente de Distribuição da Messer Brasil, explicou que o projeto nasceu do desejo da empresa em encontrar soluções sustentáveis para sua operação. “Estamos sempre buscando alternativas mais sustentáveis. Nesse caso, decidimos olhar para a logística e acabou surgindo uma oportunidade junto com o time de compras e nossa transportadora parceria”, disse.
A iniciativa da Messer Brasil vai ao encontro do compromisso do setor privado de redução das emissões de gases de efeito estufa. Segundo o último relatório do Painel Intercontinental de Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês), há muito a se fazer para manter o aquecimento global em 1.5 Co acima dos níveis pré-industriais.
No setor de energia, o uso de combustíveis como o diesel no transporte de cargas é responsável por grande parte das emissões de CO2 na atmosfera. O diesel pode ser substituído por fontes de energia limpa via ações conjuntas entre governos e setor privado.
Para Scott Latta, CEO da Messer Brasil, a utilização dos veículos elétricos mostra o compromisso da empresa com a agenda ESG global. “Se já existem alternativas para substituir o diesel no transporte de cargas, temos que aproveitar e fazer a troca gradativa. Dessa forma, colaboramos não só com a diminuição dos custos da empresa, mas também, fazemos nossa parte enquanto setor privado para contribuir com o meio ambiente”, salientou.
O projeto começou a ser desenhado no fim de 2022 e entrou em operação em 2023. “Foram mais de oito meses de preparação até que os caminhões começassem a rodar. Estamos otimistas com essa ação e esperamos que seja a primeira de diversos outros projetos sustentáveis que traremos para a Messer Brasil e nossos clientes”, contou Latta.
No entanto, Marcio Oliveira, diretor de operações, lembrou que os veículos elétricos têm algumas restrições. “Por exemplo, no caso do modelo usado, a autonomia é de 200 km, o que significa que dependendo da rota, não há postos de combustível preparados para abastecê-los.”
Filial do Futuro
A unidade de São Paulo foi recém-rebatizada de “Filial do Futuro”, com enfoque voltado para princípios ESG e inovação. “Começamos por ela porque sua característica logística é de viagens curtas. Essa filial atua no chamado varejo, recebendo os gases das plantas grandes, armazenando em tanques e envasando em cilindros menores. Dela, os produtos seguem para a cidade de São Paulo, grande ABC, Vale do Paraíba e Baixa Santista, realizando cerca de 25 viagens por dia”, explica Oliveira.
Esta filial é a 1ª em quantidade de caminhões e atendimento a clientes diretos e a 3ª em venda de cilindros. Anderson Machado, gestor da unidade, mostrou que os cilindros são entregues tanto de forma individual quanto em cestas de 12 unidades, com uma única saída. “Isso traz mais produtividade e rapidez no envase.”
Sobre a estratégia de produção e distribuição da empresa, Oliveira contou que quando os volumes consumidos são muito grandes, a Messer constrói uma fábrica dentro do próprio cliente. Quando o volume é intermediário, os produtos seguem via carretas com o gás liquefeito, capazes de transportar 20.000 m3 cada uma.
A Messer oferece gases do ar, como nitrogênio e oxigênio; outros gases, como propano e hélio; gases especiais e gases medicinais. “O hidrogênio também é produzido pela empresa, em quatro plantas. Fornecemos, ainda, nitrogênio para congelamento de alimentos em empresas do segmento. Vale destacar a importância dos gases medicinais, pois, na época de pandemia, foram essenciais para atender à população, principalmente em Manaus”, acrescentou Oliveira.
A Messer Americas faz parte da Messer SE & Co. KGaA, uma empresa alemã de aproximadamente US$ 4,4 bilhões, com presença nas Américas, Europa e Ásia. No Brasil, a empresa conta com 31 unidades, sendo 19 no Sudeste, duas no Centro-Oeste, quatro no Nordeste e seis no Sul. A maior filial no Brasil está localizada na cidade de Jundiaí, SP.