O Mercado Livre divulgou nesta terça (1º) uma pesquisa realizada em parceria com o instituto Ibope Conecta que aponta crescimento médio de 45% em vendas feitas por médias, pequenas e microempresas (MPMEs) por meio da internet. Segundo o estudo, 81% das MPMEs que atuam no e-commerce apresentaram crescimento.
O resultado é superior à expectativa dos lojistas, que contavam com um crescimento médio de 25%.
Os entrevistados atribuem seu crescimento a fatores internos, como ampliação da oferta de produtos e serviços (segundo 78%), frete grátis (34%) e investimento em tecnologia (33%).
Entre os fatores externos, 48% acreditam que colaborou o aumento da confiança do consumidor em transações on-line e, para 47%, a expansão do acesso à internet entre a população.
Segundo o estudo, os pequenos empresários estão otimistas: 84% acreditam que suas vendas crescerão em 2016.Essa é a segundo edição da pesquisa realizada pela plataforma em parceria com o instituto. O estudo ouviu 529 vendedores da plataforma entre 28 de janeiro e 12 de fevereiro de 2016.
Outros 64% acreditam que o comércio eletrônico brasileiro crescerá como um todo, contra 20% que não acreditam em crescimento. Os motivos apontados para o pessimismo são a política econômica do governo e as novas regras do ICMS que, segundo eles, impactam em mais custos e aumento da burocracia.
Entre os fatores de otimismo, 64% acreditam que o consumidor está se sentindo mais seguro para comprar on-line, 57% creditam suas expectativas de crescimento ao aumento do número de usuários da internet e 51% preveem crescimento da utilização de smartphones e tablets.
Para 31% dos entrevistados, a profissionalização dos vendedores também impulsionou o crescimento registrado.
Entre os empreendedores que estão pessimistas com as vendas para este ano, 63% acham que as vendas não vão crescer devido à política econômica e 14% creditam uma possível desaceleração à política fiscal e aos juros. Outros 13% acreditam que a nova lei do ICMS vai atrapalhar o crescimento de seus negócios.
“O varejo passa por um processo acentuado de transição para o comércio eletrônico, que deve perdurar à medida que mais pessoas se sintam à vontade em realizar transações pela internet, também via smartphone, e que um número maior de jovens chegue ao mercado”, diz Stelleo Tolda, vice-presidente de operações do Mercado Livre.
No que diz respeito aos empreendedores do e-commerce, 55% terão funcionários, contra 65% de 2015. Já o número de empreendedores que trabalharão sozinhos subiu de 9% para 24% no mesmo período.
A pesquisa também indicou que 48% dos pequenos empreendedores na internet utiliza redes sociais para vender produtos. Em 2015, apenas 10% disseram aproveitar este canal.
A região Sudeste segue como a mais importante em vendas para os empreendedores, com 74% das menções. As regiões Nordeste e Centro-Oeste tem 9% cada, a Sul tem 7% e, o Norte, foi mencionado por 1%.
RESULTADO
O Mercado Livre divulgou também seu balanço após aferição dos resultados do quarto trimestre de 2015. A empresa, que atua somente na América Latina, teve receita líquida de US$ 651,8 milhões no último ano, um crescimento de 17% em relação a 2014.
O lucro líquido foi de US$ 105,8 milhões, com crescimento de 46% comparado a 2014.
Maior mercado para a companhia, a filial brasileira fechou 2015 com receita líquida de US$ 290,6 milhões –crescimento de 6% em dólares e de 50% em reais. Em 2014, a empresa havia registrado 45% de crescimento na moeda brasileira.
No ano passado, 128,4 milhões de itens foram vendidos por meio do Mercado Livre –aumento de 27% em relação a 2014, com US$ 7,2 bilhões de volume bruto.
A empresa também viu crescer sua unidade de pagamento eletrônico, o Mercado Pago, com alta de 73,7% no montante de transações –US$ 5,2 bilhões.
“O Mercado Pago deve crescer, e ainda estudamos ampliar nossa atuação no mercado de logística”, diz Tolda.
Fonte: Folha de S. Paulo