Volkswagen vê retomada de demanda por caminhões e suspende férias coletivas

A Volkswagen Caminhões e Ônibus decidiu cancelar as férias coletivas de funcionários da sua fábrica em Resende, no Rio de Janeiro, pela primeira vez em seis anos, motivada por sinais de retomada na demanda por veículos pesados no país e pelo lançamento da família de modelos leves urbanos, disse o presidente da companhia para a América Latina, Roberto Cortes, nesta segunda-feira (9).

A fábrica emprega atualmente 3,3 mil funcionários em um turno e vem elevando a produção desde o ínicio do ano. A empresa, que disputa a liderança do mercado brasileiro de caminhões e ônibus com a Mercedes-Benz, está trabalhando cinco dias por semana e em três sábados por mês, ante apenas quatro dias trabalhados no começo de 2017.

“A Bolsa se valorizou 77% nos últimos seis meses, o risco Brasil caiu, o real está estável e as taxas de juros à metade do que eram. De outubro a dezembro, estamos esperando um aumento de 25% nas vendas”, disse Cortes.

Segundo o executivo, a montadora vai parar as atividades apenas entre 25 de dezembro e 1º de janeiro do próximo ano. Nos anos anteriores, a empresa parava por 20 dias, disse Cortes.

A companhia projeta investir R$ 1,5 bilhão no Brasil entre 2017 e 2021, após R$ 1 bilhão injetados entre 2012 e 2017. O aumento do investimento servirá para o lançamento de produtos e melhorias na fábrica, afirmou o executivo.

CONCORRENTE

A Mercedes-Benz anunciou nesta segunda um investimento de R$ 2,4 bilhões no Brasil para o período entre 2018 2022.

Os recursos serão direcionados à modernização das fábricas de caminhões e chassis de ônibus da montadora em São Bernardo do Campo (SP) e Juiz de Fora (MG).

“O câmbio se mostrou estável neste ano, apesar das turbulências políticas. Tudo isso dá confiança ao empresário. Com inflação estável, juros caindo e dólar mais ou menos estável, o empresário consegue se programar. Isso nos deixa mais animados”, diz Philipp Schiemer, presidente da companhia no Brasil e na América Latina.

A Mercedes estima que as vendas de caminhões devem crescer aproximadamente 20% no mercado brasileiro em 2018.

Fonte: Folha de S. Paulo