Wilson Sons faz aporte na Argonáutica, startup brasileira que desenvolveu tecnologia inovadora de ‘calado dinâmico’

Executivos da Wilson Sons e da Argonáutica: inovação aumenta a eficiência nos portos

Com mais de 180 anos de atuação no país, a Wilson Sons adquiriu participação minoritária na Argonáutica Engenharia e Pesquisas, startup 100% brasileira, que se destaca pelo desenvolvimento do ReDraft (sistema que calcula a folga dinâmica abaixo da quilha, com base nas características de cada navio e do canal de acesso, considerando ainda as condições ambientais do momento da manobra) e do MeDuSa (sistema que otimiza atracações e operações de cais, dando previsibilidade e segurança na amarração dos navios, especialmente em operações ship-to-ship).

Com o aporte financeiro, o primeiro do gênero recebido pela startup em sua história, o objetivo da Argonáutica é o de escalar seus produtos e negócios, aproveitando toda a expertise da Wilson Sons no setor marítimo e portuário nacional. O recurso, em conjunto a uma cooperação mais ativa da Wilson Sons no dia a dia da empresa, vai apoiar a Argonáutica no desenvolvimento de suas atividades, possibilitando ainda maior agilidade no desenvolvimento de novos produtos digitais, além do ReDraft e MeDuSa, já conhecidos pelo mercado nacional.

“O investimento na Argonáutica faz parte da nossa estratégia digital, de engajamento da Wilson Sons com empresas inovadoras, brasileiras e estrangeiras, sempre buscando fomentar a utilização de novas tecnologias para aumentar a eficiência da infraestrutura marítima e portuária”, afirmou Eduardo Valença, diretor de transformação digital da Wilson Sons.

Por meio do sistema de calado dinâmico, a Argonáutica viabiliza, por exemplo, a atracação e desatracação de navios maiores, que transportam grandes volumes de cargas, aproveitando janelas de maré, vento e corrente de maneira dinâmica e oportuna. Assim, além do ganho de produtividade e financeiro, pode haver uma redução do consumo de combustível, com efeitos positivos para o meio ambiente, imprimindo mais sustentabilidade à operação portuária.

“O acompanhamento em tempo real do calado otimiza as operações, determina o calado máximo seguro dos navios de acordo com regulamentações aplicáveis, dando mais confiança e sustentabilidade à navegação. Assim, ganha toda a cadeia logística, aumentando a competitividade e contribuindo para o desenvolvimento econômico do país”, ressaltou Valença.

Com sede em São Paulo e mais de 180 projetos implementados, a Argonáutica foi fundada por quatro ex-estudantes de engenharia naval da Universidade de São Paulo (USP), que hoje são PhDs na área. São os sócios Felipe Ruggeri, Guilherme Feitosa Rosetti, Rafael de Andrade Watai e Rodrigo Sauri Lavieri. A empresa, além de novas soluções para as operações portuárias, como o ReDraft — sistema já em funcionamento em portos como Santos (SP), Rio de Janeiro, Salvador, Suape (PE), Porto do Açu (RJ) e Portocel (ES) –, atua no setor de óleo e gás.

“O aporte financeiro da Wilson Sons é um marco para a Argonáutica. Simboliza um movimento importante não somente pela presença da Companhia nos mais relevantes portos e terminais do Brasil, mas também pela vasta experiência do Grupo no setor marítimo-portuário. A Argonáutica vem construindo competências muito sólidas no desenvolvimento de tecnologias e engenharia marítima, com clientes no setor portuário no Brasil e no exterior. Vamos combinar essa expertise aos atributos da Wilson Sons para ampliar a robustez e escala dos produtos que são comerciais e acelerar a entrada de novos produtos”, disse Guilherme Rosetti, cofundador da Argonáutica.

O investimento da Wilson Sons na Argonáutica é parte da estratégia da companhia de fomentar o empreendedorismo e a inovação no setor, além de investir no ganho de eficiência das suas operações e explorar mercados antes inexistentes.

Essas ações da companhia mostram a importância das startups e das novas tecnologias no setor marítimo e portuário. A expectativa é de que cada vez mais empresas iniciantes com soluções que usam tecnologias como Inteligência Artificial, Gêmeos Digitais, IoT, entre outras, passem a ser relevantes na geração de valor de toda a cadeia. Por isso, os investimentos nessas soluções são importantes para o futuro de qualquer empresa que pretende se manter atualizada.